quinta-feira, 19 de julho de 2012

Insônia

Caminho nua pela casa...
Momentos de deleite que só desfrutamos em solidão
Debruço no espelho
Encontro marcas que não existiam,
Despeço daquelas que já partiram...
Envelhecemos, não?
É uma das poucas coisas que temos certeza da vida.
Os pés descalços reclamam da friagem..
A gente encolhe para evitar a perda do calor.
É.
E a gente encolhe na medida de qualquer sofrimento.
Recordo-me de cada perdão não consentido
E também daqueles que não pedi.
Normalmente, são esses que fariam diferença em nosso caráter.
Está mesmo frio hoje.
E ninguém balança as cordas do violão.
E ninguém se recorda de fazer uma oração.
Pelo sinal da santa cruz... Amém.
É que eu só queria dormir.
Acho mesmo essas passagens da vida um puro descaso.
É que em nenhum momento me recordo dos dias de ócio.
Sabe qual foi a primeira palavra digitada?
Nossa, é igual sonho.
Como se estivesse escondido por algum gueto da memória,
No fundo obscuro de alguma lembrança.
Mas, se apaguei...
É porque ela não serve mais.
Mas me incomoda.
Incomodam-me diversos fatos.
Quando não concordam,
Ou até quando concordam com minha verdade absoluta.
Eu removi o que tinha de bagunça sobre a cama,
Deixei bem no cantinho.
Só que ela me incomoda também,
Como em certas passagens da vida
Que deixamos para resolver depois e caem no esquecimento,
No cantinho do tempo.
Tá bom, é preciso dormir...