quinta-feira, 3 de junho de 2010

Boneca Velha

Pedaço de pano encardido,
Os fios de cabelo não mais esvoaçantes
a despostura uma boneca quebrada.
O que por vezes não sangra nos olhos,
chora no coração.
Ela já nem gira o bambolê ao seu entorno
Mas é como se ele ainda girasse em volta de mim,
E trocou nossas conversas por meias-horas no espelho...
Já quase em desuso,
e largada no cantinho escuro do quarto,
me aninho com o coração despedaçado,
a espera de que a noite chegue
eu ganhe seu abraço
(O que já não é mais tão constante)
Mas, para me consolar,
penso que, ao menos, não estou entulhada em um baú.
Ela se deleita em brincadeiras já não tão inocentes
e de quando em quando,
me afaga e conta sobre seus sonhos,
tomando devagarinho, alma e corpo de mulher
Nem sei se fico feliz, nem sei se fico triste.
Pois de imediato, ainda vejo que faço parte de sua vida,
Mas sei que em breve, serei apenas uma lembrança esquecida.

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