sábado, 22 de janeiro de 2011

Meu Eu Mim

Quebrei-me no espelho,
e minha imagem se derreteu,
esvaziando o reflexo..
O que era para ser olhado
E aquilo que não me era permitido
espalhou-se pelo chão.
Apodreceu-se.
E escorreu pelos meus pés.
E escorreu pelo meu quarto.
E tornou-se em um novo refletor.
Líquido.
Podre.
E era viscoso.
Me retirei do quarto...
deixei para limpar outro dia...
Mas tudo aumentou,
E eu mergulhei.
E tornou-se massa
Massa.
Podre.
O que era para ser corrigido não foi.
Mas foi escondido.
E era fétido.
E era insuportável.
Mas eu guardei.
Pois por mais amargo,
e mais viscoso,
Me era útil.
Para me remoer em rancores.
Pois era o meu sabor.
Era meu cheiro.
E era meu.
E era podre.
Mas era só meu.
e moldei.
Com as piores formas.
Com todas as dores.
Mas por mais feio,
e fétido,
e podre,
Era apenas meu.

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