segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A calma

Meus pais me diziam que, para toda afronta, ou desaforo, a melhor resposta é o silêncio. Para quem conhece as Sartomen de verdade, sabe, ou imagina, o quão difícil essa tarefa. Sempre com a resposta na ponta da língua e um narizinho arrebitado, por muito tempo, disputávamos o verbo. Acontece que a vida te joga um monte de dificuldades e, em cada uma delas eu tentei vencer de maneiras diferentes. No grito, no desprezo, no desespero, na ironia... Enfim, essas maneiras, nunca me deixaram "por cima" da situação. Nunca também me fizeram superá-las. Só me tornaram amarga e exagerada. Demorou, mas hoje eu posso dizer claramente, que meu pai sempre esteve certo: para qualquer armadilha da vida, revidar os golpes, não vai resolver em nada. Não confundo o silêncio com a submissão. São coisas completamente paralelas. Não é como fugir, correr e se esconder... O silêncio é a sua oportunidade de reflexão, é a maneira mais pacífica de aquietar um conflito e a maneira mais elegante de se encarar a revolta interior. No silêncio é possível fazer seus planos, acalmar os ânimos e, recentemente descobri, que é possível transmutar os maus pensamentos e sentimentos que nos circulam no perturbar dos causos. Uma boa oração, junto ao silêncio, gera um grande remédio...

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