segunda-feira, 3 de maio de 2010

Isqueiro

Eu o observava e sorria imaginando
Era somente um isqueiro
E mal funcionava!
Não conseguia manter acesa sua chama
E ele, por algum motivo se escondeu em minha bolsa.
Pena ser tão somente o isqueiro
E que tudo fez-se somente lembrança.
Perigo é querer me lançar nela
E não querer voltar mais.
Era quase dia,
mas a ilusão quase demoníaca
se agarrava ao céu para a lua ficar lá,
intocável.
E foi um olhar que me despertou deste sonho,
Pois era forte e tênuo,
Com algum teor de sarcasmo
Umidecido pelos goles de álcool que seu dono tragou.
Ele trazia consigo palavras serenas
E tinha em si uma notável alma-poeta
Foi o que minha curiosidade acusou.
Mas não era de todo ingênuo.
E foi acreditando em uma de suas travessuras,
Não tão inocentes,
Que a sorte me abriu um belo sorriso.
E como menina solta,
o coração já acelerou, pedindo calor em demasia!
Não fora só o isqueiro que a proporcionou,
Mas a neblina também não me falhou na companhia!
Quase como um vampiro,
Fez-se sombra ao surgir da aurora,
Mas lhe tenho um amuleto
Para gravar seus beijos na memória...

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